ATTILIO FIUMARELLA: SPOT ARCHITECTURE

 
 
 

ATTILIO FIUMARELLA: SPOT ARCHITECTURE

scopio aboveground: territory

O arquitecto italiano Cino Zucchi quando fala da cidade contemporânea e do território que vamos construindo fala de uma "cittá vista" e de uma "cittá vissuta".
Por uma parte temos um território que é fruto de mapas, redes, diagramas funcionais; da outra parte temos uma cidade como obra de arte ou como um conjunto (continuo ou menos) de cenografias urbanas.
O território em continua transformação é hoje o fruto do que foi deixado por quem nos antecedeu. Isso acontece também em uma memoria muito bem recente. A beira do post-industrial, são varias as cidades já marcadas pelas cicatrizes que a época da forte industrialização deixou.
È fácil, ao sair da cidade cruzar-se com autênticos monólitos abandonados. Signos do tempo passado mas que de qualquer forma ainda conseguem atrair a nossa atenção.
Objectos fora de escala espalhados por um território que as vezes só torna-se reconhecível pela presença destes marcadores.
O objecto dessa pesquisa então são os landmarks do post-industrial. 
Peças de arqueologia industrial, objectos que já perderam a própria função original, mas que podem tornar a viver sob outra luz.
As imagens apresentadas são um conjunto de quatro obras retratadas em toda a própria beleza estética. Vem apresentadas com uma profundidade de campo reduzida. 
Um efeito de desfoque do entorno procura ressaltar estes marcadores como objectos que habitam o território em uma nova escala. A escala destas peças já não é a mesma de 50 anos atrás. Hoje o mesmo território é percorrido de forma muito mais rápida, assim tudo torna-se relativamente mais pequeno, mesmo as torres e as grandes chaminés.

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attiliofiumarella.pht@gmail.com

 

Tecido Urbano: Sérgio Rolando

 

TECIDO URBANO

DE SÉRGIO ROLANDO

scopio aboveground: territory

As cidade são conhecidas pela sua face, pela quantidade de ícones culturais que lhe dão expressão ao rosto. 
Existe uma outra cidade, comum a todas as outras, embora menos visível e em mutação constante. Territórios que se vão organizando em camadas sucessivas sem que a história lhes faça justiça.
Pretende aumentar o grau de compreensão em redor das motivações históricas, sociais, económicas e culturais que levaram á edificação e ocupação do espaço urbano na cidade de Matosinhos desde meados do séc. XX até à actualidade .
É uma tentativa de compreender esse espaço, as suas metamorfoses. É também um convite a olhar para além do visível, para a banalidade dos lugares comuns.
Estas fotografias representam um legado paisagístico assim como acentuam a noção de território como elemento vivo em constante mutação, sujeito à acção humana, suas migrações e necessidades.


Technical notes
Projecto realizado quer em digital quer em película médio formato (6 x 7), com película diapositivo, durante o ano de 2010 no concelho de Matosinhos. As imagens finais apresentam um tamanho de 85cm x 100cm.

Contact
http://www.sergiorolando.com/

 

Percursos Alternativos e Transversais no Porto

 
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Percursos Alternativos

 
 

PERCURSOS ALTERNATIVOS

O projecto “Percursos Alternativos na AMP” pretende criar um conjunto de narrativas visuais em diversos suportes e também disponíveis na Internet para um público alargado, devendo a plataforma VSC servir como suporte para a comunicação de conteúdos sobre espaços e percursos alternativos em diversos territórios da AMP, procurando promover o debate e discussão em torno destes lugares, por vezes negligenciados ou desconhecidos, mas também ricos em vivências e formas de apropriação do espaço. Procura-se transmitir de forma criativa estes lugares, as suas pessoas e as suas dinâmicas, ou seja procura-se criar novas visões sobre o espaço público e uma nova compreensão desses espaços, procurando sempre que possível integrar a iniciativa local e os seus imaginários na sua construção.

Propõe-se, desta forma, uma estreita cooperação e ligação entre o projecto VSC, os actores locais e todos os outros grupos, instituições e pessoas interessadas em participar na construção destes percursos alternativos e transversais nos territórios da AMP. Pretende-se que este trabalho seja simultaneamente capaz de envolver os actores locais e possa contribuir para o envolvimento mais activo de sectores académicos, culturais e sociais em concepções e práticas inovadoras e interdisciplinares relacionadas com a imagem, o espaço da cidade, a sua arquitectura e as suas vivências, onde a fotografia está presente de forma significativa. Um projecto exploratório e uma narrativa visual poética de percurso que é também uma análise da paisagem urbana e dos estratos e relações sociais dos territórios retratados, podendo integrar no projecto de fotografia outros instrumentos como vídeo, gravação de som, desenho e/ou impressões em cadernos de viagem.



Percursos Alternativos e Transversais na AMP

 
 
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Percursos Alternativos e Transversais na AMP

Os percursos como um ponto de partida para a compreensão e percepção da cidade e arquitectura

Os percursos são uma representação abstrata que deve ser entendida como um ponto de partida para a compreensão e percepção da cidade e arquitectura, apropriação estética desses espaços e uma forma de conhecimento do mundo1 .
Os percursos devem provir, na sua maior parte, de uma aproximação pedonal e devem também ser idealizados com o intuito de documentar e registar a arquitectura e os lugares da AMP de forma diferenciada e crítica, como um real em permanente mudança. De Pallasmaa a Careri, pretende-se ter uma leitura diferenciada do território da AMP através da experiência espacial, através do percurso, através do acto de percorrer.
Os percursos serão na sua maior parte representados através de fotografia, mas podem ser criadas narrativas visuais onde eestão presentes outras expressões artísticas como o desenho ou video. Devem estar estruturados e idealizados tendo em conta os seguintes princípios e componentes:
- Início de percurso / espaço de AMP (espaço exterior)
- Aproximação a certas obras, espaços e tomadas de vista (paisagens) (exploração da zona da AMP) (espaços exteriores)
- Entrada em certas obras (espaços interiores)
- Espaços Interiores (The architecture promenade)
- Saída
 
É importante também ter consciência de que a nossa percepção das obras de arquitectura e do espaço em geral está ligado ao sentido de percurso que envolve movimento e deslocação, algo que se afasta das características da imagem fixa – a fotografia –, aproximando-se muito mais do vídeo e cinema, arte capaz de representar um espaço num tempo e movimento mais próximo do real. É assim um dos objectivos explorar o potencial da fotografia para captar um momento ou instante fraccionado. Isto significa o “congelar o tempo” e dessa forma realizar uma análise muito mais demorada e completa da imagem e do espaço nela representado. Por outro lado, este instante fraccionado implica um ponto de vista fixo, ou seja, a localização, direção e sentido do olhar do fotógrafo aquando da criação da imagem fotográfica. Esse ponto de vista implica uma selecção que vai delimitar o que se mostra e o que fica invisível e, desta forma, podemos considerar que uma imagem constrói uma direção do olhar e uma série de imagens podem construir um percurso, mesmo que pré-determinado e mais abstracto do que um conjunto de imagens em movimento.

Por fim, interessa criar através do projecto fotográfico uma narrativa visual de um percurso que explora, por um lado, capaz de identificar espaços e arquitecturas (infraestruturas) mais invisíveis e que apresentam uma grande potencial de criar ou gerarem novas relações e dinâmicas no e com o território e pessoas. Por outro lado, as noções de instante e de movimento de uma forma integrada. Ou seja, representando o território, espaço e arquitectura com várias imagens fixas e também de planos fixos com movimento dando vida e interatividade aos espaços e obras retratados.

 

DARA MCGRATH: EDGELANDS

 
 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY (H.MENTION)

The deserted spaces of the eastern and central European national borderlands are spaces in flux.
Now devoid of border controls, they are in the process of being decommissioned and abandoned. No longer strategic points on a map, but neither fully blank spaces, they are spaces-in-between, and are difficult arenas to absorb and comprehend.

This shifting of political positions in Europe, after centuries of conflict, to one of willingness to engage in dialogue and mutual interest and enlightenment coincided with the internal migratory shifts of people out of social and economic necessity. 
In 2007, this process was further realised, when the countries of central and eastern Europe became fully members of the E.U. * 
These borderlands, now reveal themselves as lonely half-way places, impotent of
their one time political and social significance. 

The main focus of the photographs is on impermanence, transience, and ideas of change, shifts and “repositioning”. Landscape and architecture that appear to be solid and permanent are experienced as somewhat unstable and disorientated 

My images strive to look for the connection between the physical borders and society’s borders: borders that are in many ways ingrained within our built environment of separation. 
Edgelands explores the transitory nature of the central and eastern borderlands of Europe that are now devoid of border controls.
*(Schenegen Treaty-1993)

Technical notes

C-41 Type Lambda Digital Print, 40x50cm

Contact

daramcgrath@hotmail.com

 

GIAMPAOLO SQUARCINA: IN LIMINE

 

SCOPIO ABOVEGROUNG: CITY

This photographic project explores in 40 shots, mostly taken in italian city contexts, the concept of "aperture" , "way in" , "passage" , " door", "threshold" in terms that are no way reassuring for the spectator. Behind the passage, beyond the barrier that separates two or more spaces there is never - in fact - a quiet place, a lack of danger but unknown people, a possible threat waiting for us. Dark and unhealthy atmospheres, dark doors and windows, locked to hide what is held are behind or they are opened too, but towards darkness. The threshold becomes thus a metaphor of urban existence: the city as center of insecurity, of fear of the unknown that never. Although this, the eye of the photographer cannot avoid the search of a hole in this wall, an element of any peace or calm. The final result is a document on the loneliness that each contemporary man experiments in urban contexts, where the concrete too appears to be alone.

10 shots from a larger project exploring the idea of threshold in urban contexts as a metaphor of loneliness and danger.


Technical notes/Colophon
Photos are taken with a NIKON D40 or a NIKON D200


Contact
g.squarcina@libero.it

 

TATEWAKY NIO: ESCULTURA DO INCONSCIENTE

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY


O projeto Escultura do Inconsciente retrata paisagens arquitetônicas em transformação da cidade de São Paulo (Brasil).
Hoje, apesar de a economia mundial estar sem claras perspectivas, o Brasil desfruta de um desenvolvimento econômico em ascensão. A cidade de São Paulo, como outros polos metropolitanos do país, está aquecida pelo boom imobiliário e alterando a paisagem urbana de forma contínua e acelerada.
Enquanto novas construções surgem como luzes do desenvolvimento, os edifícios abandonados e as casas em demolição, ao contrário, tornam-se sombras. Luzes e sombras estão intimamente ligadas às técnicas de expressão fotográfica, e dentro desse contexto, Escultura do Inconsciente é um projeto que aborda a questão do registro da luz e da sombra do desenvolvimento urbano.
O projeto busca pela beleza estética, que atrai o olhar e abala a emoção dos espectadores, descentralizando o foco estético para as sombras do desenvolvimento, que muitas vezes são descartadas pelo olhar ou pela expressão “Que feio!”.
Todas as imagens foram fotografadas nas ruas de São Paulo. Através de registrar e apresentar as paisagens de que podem ser observadas por qualquer cidadão local, indiferentemente de classe social, o projeto pretende criar um diálogo bilateral entre o autor (eu) e o outro, ou entre o outro e o outro, sobre o ambiente em que vivem.
O projeto iniciado em 2006 hoje comtem 46 imagens. É um projeto contínuo, sem prazo para um ponto final. 


Technical notes

As imagens foram feitas por filmes negativos de 4x5 polegadas e digitalizadas. As obras finais tem 80 x 98,5cm impressas por jato de tinta no papel de algodão.


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tatewakinio@gmail.com

 

MANUEL LUÍS COCHOFEL: YOU WON'T HEAR WALTZES IN THIS VIENNA

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY

Este trabalho reúne um conjunto de cerca de 70 imagens, obtidas durante uma viagem no Verão passado ao Leste dos EUA, numa viagem de carro de cerca de 8000 Km. O percurso, que se iniciou em Nova Iorque, seguiu em direcção a Detroit, atravessou todo o território de Norte a Sul em direcção a Nova Orleães, passou pela Flórida e fechou o círculo rumando a Norte, de novo em direcção a Nova Iorque. Mas essas grandes cidades foram apenas pontos de passagem. O principal objectivo era conhecer e documentar, os locais ou pequenas cidades cuja toponímia era a mesma de cidades da Europa que, descobrimos nós muito por culpa de Wim Wenders, abundam nos EUA. No fundo, locais onde se pode adivinhar que a sua origem esteve, quase sempre, ligada à emigração. Maiores ou menores grupos de pessoas oriundas de um qualquer país Europeu e que, como forma de levaram consigo um pouco das suas origens, acabam por fundar cidades que depois baptizam de igual forma que as cidades que deixaram para trás, do outro lado do Atlântico. 
Queríamos ver até que ponto se pareciam com o original. Até que ponto as revemos nas imagens que guardamos ou imaginamos, seja porque são sobejamente conhecidas de todos pela multiplicidade de imagens que o seu nome automaticamente evoca, seja porque as visitámos já. Queríamos saber até que ponto se distanciam das suas homónimas Europeias. Até que ponto nos confundem, no confronto entre o que julgamos conhecer e o que encontramos. Queríamos ver quanta desorientação imagética pode um nome suscitar na nossa mente. E queríamos também no fundo e muito simplesmente conhecer essas outras versões, de cidades tão fortemente evocativas de imagens como sejam Viena, Veneza, Roma, Paris, e tantas outras que encontrámos...
O trabalho foi realizado apenas com esse pequeno canivete Suiço da tecnologia que dá pelo nome de iPhone, e que foi ao mesmo tempo a nossa máquina fotográfica, a nossa bússola e o nosso GPS, a nossa ligação à internet bem como o nosso... telemóvel.


Contact
mcochofel@gmail.com

 

JOSÉ JÚPITER: BILLY

 
 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY


In Cell Block, Egospheres, Self-containers, Peter Sloterdijk describes an idea of “connected isolations” on contemporary cities, where the notion of “public” no longer exists. The accumulation of personal and immediate consumption goods, daily personal routines, intimate desires, coexist in an inoculated space: the egosphere, the apartment. This basic one-cell unit becomes the atomic element of a larger, modular building constructing a contemporary built society. Its occupant falls easily into the illusion of self-sustainability, only interrupted by the noise – visual and audible – or failures in the life-support system, thus breaking the illusion of being immunised against problems, influences and external agents.
While photographing for one of my first series, always on Sundays, I noticed that most of the living city areas were packed with parked cars, in front of silent housing blocks, closed to the outside but not necessarily uninhabited. The architectural elements that allow communication with the exterior – windows mostly – become mere ornaments or “noise” channels.
During one of those walks, I was interrupted by a phone call from a friend. Halfway through the conversation, I asked him: “where is everyone, what are they doing?” He promptly replied: “They're probably too busy assembling IKEA furniture.”

Technical notes
This work was technically shot to mimic contemporary architectural photography style in order to make it more “believable” or “plausible”, despite its implicit digital manipulation. All ten images are meant to be displayed closely, side by side, aligned by its base, forming a skyline that could go on forever but retaining individuality when watched at a close distance.
All images are untitled but numbered: Untitled #08 (Billy), for example.
Inkjet prints on fineart paper, 70.00cm x 46.70cm.


Contact

jose.cduarte@gmail.com

 

EVA VIEIRA E MIGUEL FUGUEIRAS: CITY LAYER

 
 

SCOPIO ABOVEGROUND: ARCHITECTURE


City layer sintetiza a ideia da cidade global que se constrói ao longo do tempo por sobreposição de tempos anteriores. Em constante mutação também ele - o tempo - recebe estratos de cidade. Cidades que respondem às diferentes necessidades do momento. O que permanece é memória. Essa permanência é contraposição à instantaneidade do concretizado. Hoje a sociedade esmaga e sobrepõe-se na resposta imediata. A troca de conteúdos entre cidades dos diversos tempos vai-se transformando conforme as necessidades de quem nelas vive. Um chão-base que vai sobrepondo layers de diferentes tempos. Contudo a cidade encontra-se acima das vivências, porque ela é permanência construída do mundo de hoje.
City layer sintetiza a ideia da cidade de hoje que sobrepõe layers de tempos anteriores.


Technical notes  _City layer_1, City layer_2, City layer_3

Fotografia digital sem tratamento Photoshop
Dimensões 10x13cm
Canon , f/20, 1/30s, ISO 800


Contact
danievavieira@hotmail.com

 

SAMUEL HENSE: PETISTS&GRAND

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY


Each summer, a primitive need for shelter pushes young city dwellers, overfed with pre-chewed games, to invent castles of twigs and palaces of dead wood.
We guess an instinctive choice of the tree and the clearing. A low branch for the roof, they build with serious a refuge to their dreams.
Under the resinous shade, they lived a thousand adventures, in the heat of naps, with in the heart the feeling of being alone in the world : them, and the bugs... You have to go far enough to invent stories, but not enough to worry the adults.
In the smell of warm pine trees will remain the huts, abandoned chrysalis that sheltered the return to wild childhood and long nostalgic laughs.

Technical notes
Rolleiflex T + Kodak TMax 400


Contact
samuelhense@gmail.com
Vendée, France, 2010-2011 http://samuelhense.fr/petitsgrand

 

RICCARDO GEDA: LIVING IN A BOX

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY

On the outskirts of the cities, in no man’s land, where there is neither city nor village, there is a territory that has become salvation for the less affluent citizens, because the cost of living is lower than in the urban centers, and also become an experimentation paradise for architects.

In this land, more frequently every day new families arrive in search of a new home and new possibilities; what seems like a paradise for them is merely in a form of a box, each of them even more impersonal, that can look like anything, but definitely not a home.
All pictures are taken in Madrid between December 2011 and February 2012, the series is part of a big project called “URBAN DÉCOR”, where the photographer reflects on land use and aesthetics and logistics implications.

Contact

rickygeda@hotmail.com

 

RITA CADAVEZ: (D)EVOLUÇÕES

 

SCOPIO ABOVEGROUND: CITY

Numa altura em que a economia e a moeda europeia podem estar comprometidas, este trabalho apresenta-se como um catalisador de reflexão e da manifestação. As fotografias integram-se num conjunto representado pelo jogo de palavras evolução e devolução, no sentido de haver uma sequência mas também de existir algo de errado com ela. O território da cidade é o pano de fundo (formal e conceptual); é ele o campo acção em que o homem opera sob o poder económico.
As fotografias que compõem a série nascem da vontade de representar as marcas das construções de diferentes épocas e da sua formação de território. Utilizou-se, a título representativo, a ilustração de vários momentos significativos da história da cidade portuguesa. 
Foi utilizado o antigo escudo - protagonista há muito esquecido - para retratar simbolicamente o poder monetário associado à necessidade de construir, de fazer cidade.
Os diversos cenários que servem de “suporte” para cada imagem foram escolhidos com a intenção de representar diversos momentos da história da cidade para cada fotografia. Os pontos de vista adoptados são como vistas aéreas sobre a cidade. Acentuou-se o foco no elemento-sujeito, conferindo ao enquadramento uma sensação de imagem mental, de recordação.
Será importante notar que cada imagem forma parte do conjunto geral do tema; quando observamos as fotografias lado a lado, cria-se um ritmo - quase uma história em braille - que traz significado ao quadro global. O seu conjunto resulta de num momento em que é necessário reflectir, repensar o território físico e económico que nos rodeia, pondo em prática uma atitude crítica e auto-reflexiva. Na última fotografia dá-se o culminar desta curta construção visual; é o final em aberto: tal como o escudo, o euro tomba - ilustra-se o desmoronamento hipotético do território contemporâneo. 

(D)evoluções é um trabalho que reflecte a actualidade, criando alegorias; utiliza-se um símbolo do passado, tornado obsoleto. Apela-se à reflexão.


Technical notes
TIPO DE FOTOGRAFIA: digital
MÁQUINA FOTOGRÁFICA UTILIZADA: reflex digital (Pentax K10D)


Contact
rt_cadavez@yahoo.com

 

POL VILADOMS: WHITE AND GREEN

 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY


The Romans were the first to extract marble from Carrara’s mountains. Later on, Michelangelo chose its white stone as raw material for many of his sculptures. Nowadays, Carrara still lives from the extraction of this precious material and is one of the most important worldwide marble suppliers.
The extraction of marble for years has radically transformed the original landscape. The way workers cut the blocks for transporting gives geometrical shapes to the mountains, providing them almost an architectural appearance. Day by day, the smooth walls dominate the territory and become a sign of identity of this place.
The boundaries between the natural and humanized landscape mix in this huge territory. However the continued action of its inhabitants starts dominating the whole scenario.
The territory as a global concept. A material, the marble, which defines a landscape, which sustains the local economy and gives identity to a place and its population.

Technical notes
Camera: Hasselblad 500CM
Film: Kodak Professional Ektar 100

Contact
info@polviladoms.com

 

SARA ALVES MOREIRA: CONTRA-ESPAÇOS

 
 

SCOPIO ABOVEGROUND: TERRITORY

Não existe estação de comboio em Vila Viçosa. Também não existe em Estremoz. No entanto, todo o Alto Alentejo está desenhado por antigas linhas de caminhos-de-ferro. Noutro tempo o seu papel era da maior importância… hoje não. Encontram-se abandonadas, assim como muitas das pedreiras outrora activas e hoje manchadas pela ferrugem das gruas esquecidas. Restam as escombreiras, visíveis ao longe como se de montanhas se tratassem. E logo ali, as vilas e cidades, pequenas ilhas vigilantes em torno das crateras. São vazios urbanos estas crateras, resquícios de actividade industrial passada e esquecida nas ruínas de unidades produtivas desactivadas, manchas de “não-cidade”, espaços ausentes, alheios e sobreviventes a quaisquer sistemas estruturantes do território.

Solà-Morales denomina-os de terrain vague. “Lugares aparentemente olvidados donde parece predominar la memoria del passado sobre el presente. (…) Lugares obsoletos en los que sólo ciertos valores residuales parecen mantenerse a pesar de su completa desafección de la actividad de la ciudad.” (solà-morales: territorios, 2002)
No século XIX, cidades como Paris, Londres ou Nova Iorque consideravam a presença de grandes áreas de vegetação nos seus desenhos urbanos. Pensados como autênticas recriações da memória dos espaços naturais, demonstram que cidades da primeira revolução industrial tinham já pensada a necessidade de contra espaços, percebidos como redutos do construído.
Da mesma maneira que foram criados “antídotos” para a cidade industrial, a nossa cultura pós-industrial pede espaços de liberdade, de indefinição e improdutividade. Contudo, desta vez não é a relação mítica com a natureza o objectivo, mas a experiência dos lugares de memória, do fascínio romântico pelo passado ausente, como arma crítica para o presente.
Assim se encontra o Alto Alentejo. A extensíssima área territorial transformada e deformada pelas pedreiras não parece ser motivo de transtorno para os habitantes das vilas e cidades vizinhas. Ninguém ouviu falar de um possível plano de recuperação paisagística e, na verdade, ninguém parece pedi-lo. Sente-se o orgulho nas palavras daquela gente, assim como se sente a saudade de outros tempos em que tudo era diferente e contam-se histórias sobre o mármore. Tudo faz parte de percursos de vida, tudo são memórias, tudo é identidade. E a coexistência faz-se tranquilamente.

Em grande parte inspirado pelo trabalho de Edward Burtynsky na sua série Quarries e pela sua pesquisa em torno do conceito de Arquitectura Invertida, o registo aqui apresentado foi elaborado em 2009 como suporte gráfico para a Prova Final do curso de Arquitectura.
Embora tendo recorrido a alguma manipulação digital, o trabalho foi realizado com equipamento analógico e filme monocromático P&B, de 400 ASA.


Contacto
sara.o.moreira@gmail.com

 

Diary: Exile

 
 
 

DIARY: EXILE

I need to stop wearing masks, lay down myself as I am. Unlabeled, raw and naked. Accept or move on, nothing to lose here, I have already been lonely, I have already been bruised.

ABOUT AUTHOR

Abdo was born in 1982 in Oran, Algeria to a Sudanese father and an Algerian mother. Abdo studied Telecommunications Engineering at the University at of Sirte, Lybia until 2006. In 2012, he undertook an Internship at Magnum Photos Paris, which gave him the opportunity to reflect on his photographic approach and make his first story for the magazine “Rukh“, His photographs have been published by a number of printed and online magazines as well as by newspapers. In 2015 he received a nomination for Magnum Foundation Emergency Fund and in 2016 his series ‘Diary: Exile’ was selected by the Addis Fotofest, the same series was shortlisted for The CAP Prize 2017. In 2018 he receives the ADPP grant from AFAC and Magnum foundation for his ongoing project ‘Dy’.

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Instagram: @abdo.shanan

Twitter: @abdoshanan

DEBATES AAI: Arquitectura, Arte e Imagem 

 
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DEBATES AAI: Arquitectura, Arte e Imagem 

 

2º Ciclo de Debates AAI - Arquitectura, Arte, Imagem

Aula Aberta ”Clareira: uma perspetiva fenomenológica do espaço através da fotografia”com Ana Miriam 


23 de Novembro | 14:30 - 16:00 | Casa cor de Rosa, Sala CCR 0.1, FAUP

 

Irá realizar-se na sala da Casa Cor de Rosa da FAUP, na próxima sexta-feira dia 23 de Novembro, pelas 14:30, mais uma sessão do ciclo Debates AAI, integrado na unidade curricular de Comunicação, Fotografia e Multimédia (C.F.M.) do 4º e 5º ano da FAUP. 

Esta sessão terá como convidado a Fotógrafa, investigadora e docente (Instituto Multimédia) Ana Miriam que irá apresentar o seu trabalho fotográfico Clareira, um conjunto de ensaios fotográficos que exploram uma perspetiva fenomenológica sobre o espaço da estação de metro da Trindade.

Simultaneamente formal e conceptual, o trabalho fotográfico de Ana Miriam cria uma poesia moderna própria, questionando de forma crítica e imaginativa o não-espaço (Marc-Augé) da estação de metro da Trindade no momento atual e as suas diversas apropriações.  Na série “Clareira” Ana Miriam concentra-se na existência da obra ao longo do tempo e nas dinâmicas quotidianas do espaço, assumindo uma perspetiva marcadamente subjetiva. Neste projeto, a fotografia apresenta-se como instrumento de investigação do real, que procura contribuir para uma reflexão multidisciplinar sobre a vivência do espaço construído.

Através da realização destes debates pretende-se contribuir para a criação de um espaço de exploração, debate e reflexão de ideias em torno de novos caminhos de investigação sobre o espaço público, com um enfoque em dinâmicas emergentes de transformação urbana e a utilização da imagem com especial incidência pela fotografia como instrumentos de pesquisa e comunicação. 

Estas temáticas, inseridas nos debates AAI, são de grande interesse para o projecto de investigação Visual Spaces of Change (VSC), AAC n.º 02/SAICT/2017 (refª POCI-01-0145 - FEDER - 030605), cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e por fundos nacionais através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, I. P.).

Estas sessões são abertas a toda a comunidade académica e a entrada é gratuita. 

Enquadramento

A organização destes debates é da responsabilidade da organização do Centro de Comunicação e Representação Espacial (CCRE / CEAU / FAUP) e o Laboratório de Arquitectura, Arte, Imagem e Inovação (AAi2 Lab), no âmbito do projecto VSC. 

O grupo de investigação CCRE – Centro de Comunicação e Representação Espacial – tem desenvolvido uma série de actividades de índole pedagógica, documental e de investigação relacionando Arquitectura e Arte.

O objectivo geral destas actividades tem sido o de promover uma ampla reflexão sobre o contributo das imagens na compreensão da realidade e na construção de imaginários, entre o documento e a ficção, entre a reprodução e a manipulação, entre o analógico e o digital.

Estas actividades têm vindo a integrar diversas acções ligadas ao universo da imagem contemporânea, mais especificamente à fotografia, permitindo também a participação de grupos e cidadãos exteriores à academia, abrindo desta forma as universidades à sociedade civil e a outras instituições.

No universo da Imagem, a Fotografia é objecto de particular interesse, sendo explorada e analisada de forma crítica como um instrumento de registo e investigação numa perspectiva Inquisitiva, Curatorial e Comunicativa. O espaço privilegiado para esse registo e investigação fotográfica é o da Arquitectura, entendida como um universo amplo que integra simultaneamente os níveis macro e micro da transformação do Território e da Cidade e as suas múltiplasVivências. 

Com o apoio institucional da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), os Laboratórios de Inovação em Media da Universidade do Porto (MIL-UP), e a scopio Editions, este 2º Ciclo de debates AAI – Arquitectura, Arte e Imagem estará muito ligado à exploração da fotografia como instrumento de reflexão sobre a transformação do espaço público. 

Biografias

Ana Miriam Rebelo é fotógrafa e docente no Ensino Profissional. Estudou na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e na Escola de Belas Artes de Bordéus e encontra-se atualmente a preparar a defesa do Mestrado em Criação Artística Contemporânea na Universidade de Aveiro. Desde 2016 colabora com o Centro de Comunicação e Representação Espacial, grupo de investigação integrado no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, no âmbito dos projetos de investigação Mapeamento de Fotografia Documental e Artística: Um olhar Contemporâneo sobre Arquitectura e Espaços de Referência no Porto e Visual Spaces of Change. A sua produção fotográfica e os seus interesses de investigação centram-se na perceção e representação do espaço arquitetónico, com particular atenção às dinâmicas sociais do espaço público e ao seu impacto no indivíduo.

 

Pedro Leão Neto (CCRE, AAI2 Lab)

Arquitecto pela FAUP (1992) onde actualmente é regente de Comunicação, Fotografia e Multimédia do 2º ciclo, é coordenador do grupo de investigação CCRE, integrado no centro de I&D da FAUP, coordenador do AAI 2 Lab integrado no Centro de Competências da Universidade do Porto para a área dos media U.Porto Media Innovation Labs (MIL) e Director da Associação Cultural Cityscopio (ACC). É Editor e coordenador responsável das publicações da scopio Editions desde 2010, cujo enfoque é o da fotografia documental e artística relacionada com Arquitectura, Cidade e Território. 

 

Public Space / Porto

 
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Public Space / Porto

PUBLIC SPACE / PORTO

EN / PT

It is intended to open this thematic of the VSC about the transformation of certain territoritories of the AMP to projects of contemporary photography (CPP) capable of using photography as an instrument of communication and investigation about the transformation of certain urban spaces and corresponding architectures of the temporal period that goes from the XX to XXI century.
We want to use and research the use of photography to deepen and bring new light on, among other possible themes:

- Past and present dynamics (appropriation of their spaces by different publics and relation of their architectures and programs with the surrounding of the city);
- Construction of Public Space / Porto secular XX (Squares, Gardens and other public spaces);
- Contemporary and / or emerging dynamics of transformation / change in public space and architecture;
- To perceive the multifaceted wealth of the territory, its architecture, appropriations and experiences in a differentiated way;

Each contemporary photography project that explores this theme must adopt several references and artistic strategies that take these spaces as object of documentary and artistic work and that are capable of bringing new readings beyond the traditional readings about the city space and its architectures. That is, projects capable of simultaneously, on the one hand, documenting and recording many of these dynamics, processes, history and architectures - public spaces of the AMP territory and, on the other, being instruments where documentary and artistic compete, both for research, discovery and understanding of these dynamics, processes and architectures.