CASA DE CHÁ BOA NOVA

BY HELDER SOUSA

A Casa de Chá Boa Nova resulta de um projecto apresentado num concurso organizado pela Câmara Municipal de Matosinhos. Fernando Távora foi o vencedor e entregou o projecto ao seu colaborador na altura, Álvaro Siza.

A abordagem aqui tomada passa pela atenção pormenorizada ao edifício, pelas suas características mais singulares, mas também pela sua maior característica, a implantação. Nas tomadas de vistas adoptadas, conseguimos perceber que se torna indissociável a forma do objecto com a sua implantação. Por vezes são mais intimistas, na tentativa de representar este edifício de forma mais isolada do seu contexto, para apresentar as suas formas mais distintas. Quando a abordagem se distancia, podemos ver como a sua implantação está em pura sintonia com a paisagem natural à qual já pertence.

Bio

Helder Sousa é fotógrafo diplomado em Artes Plásticas pela FBAUP em 2007 e Mestre em Fotografia e Cinema Documental pela ESMAE-IPP em 2012 com o projecto Unfinished Projects. Nesse mesmo ano participou na I Edição do Projeto Conviver na Arte, Campo de Estudos de Fotografia realizado em Portalegre, promovido pela Fundação Robinson. Em 2013 foi fotógrafo convidado da revista J-A nº247, a convite dos arquitectos André Tavares e Pedro Baía. No final de 2013 é convidado pelo arquitecto Pedro Bandeira para fazer um levantamento da Aldeia da Luz, 11 anos após a sua inauguração, no qual surge o projecto Do Mito ao Nada. Em 2014 foi convidado pelo gabinete de arquitectura ADOC e pelo arquitecto Miguel Eufrásia, para participar na Bienal de Arquitectura de Veneza, com o trabalho Unfinished Projects no jornal Homeland, Notícias de Portugal. No ano de 2019 participou na I edição da Bienal de Fotografia do Porto com o trabalho Casa de Chá da Boa Nova que resultou no projecto de investigação, Mapeamento de Fotografia Documental e Artística - um olhar Contemporâneo sobre a Arquitectura Portuguesa (MFDAARP | FAUP) publicado pela editora Scopio. Actualmente vive e trabalha em Berlim como fotógrafo e artista 3D em archviz.

PISCINA DAS MARÉS

BY MARTA FERREIRA

As Piscinas das Marés inauguradas em 1966, marcam de forma discreta a marginal de Leça da Palmeira com um composto de duas piscinas, vestiários, balneários e bar. O projecto é do arquitecto Álvaro de Siza Vieira.

Durante três meses as piscinas são utilizadas para o verdadeiro fim que foram criadas, esse tempo corresponde ao período balnear, meados de junho a meados de setembro. Nos restantes meses do ano as piscinas estão vazias e sob vigilância vinte e quatro horas por dia.

As imagens realizadas são o registo de um espaço que se encontra em transição entre o “natural” e o “artificial”, onde o betão se cruza com a rocha primitiva do local. O seu não estado “normal” de utilização permite em planos mais próximos intensificar essa junção/transição do “artificial” com o “natural”, do desenho do arquitecto, marcado pela utilização do betão, com o “desenho primitivo” das rochas. Em planos mais gerais as piscinas ficam “camufladas”.

O interesse por fotografar durante a “não utilização” do local é evidente na selecção das imagens. A colocação de algumas fotografias das piscinas em utilização marca de forma pontual a narrativa tal como o tempo em que o local é usado.

Bio

Marta Ferreira, nativa de Muna de Besteiros, distrito de Viseu, vive atualmente no Porto. Em 2010, concluiu a Licenciatura em Tecnologia da Comunicação Audiovisual e em 2012 o Mestrado em Comunicação Audiovisual com especialização em Fotografia Documental. Colaborou com a scopio, nomeadamente no projeto “Mapeamento de Fotografia Documental e Artística: um olhar Contemporâneo sobre a Arquitetura Portuguesa” desenvolvendo uma série fotográfica sobre a obra de Álvaro Siza - Piscinas das Marés - que é publicada neste livro. Desde 2013 trabalha na área da fotografia de arquitectura.